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SABOR DIA 3
Ontem tínhamos percorrido pouca distância pois as sucessivas gargantas, reconhecimentos e portagens tinham consumido o seu tempo. Uns 12 ou 13 Km apenas.
Olhando para as cartas militares pensávamos estar numa zona onde já tinham terminado as gargantas mais estreitas e verticais e portanto o andamento seria maior. Mas haveríamos de chegar à conclusão de que estávamos errados...
Uma vez mais, há que levantar o belo acampamento com vista para as gargantas dos trabalhos forçados do dia anterior.
Para começar o dia um rápido cego no meio de árvores... centro ou direita, optamos pela direita que nos parece mais limpo e adivinha-se o fim da corrente lá ao fundo... ou talvez não...
Vamos deslizando pela corrente acompanhados pelo som variado dos pássaros nas muitas árvores das margens e pelo "ploc" dos cágados a saltarem para dentro de água num intervalo forçado do seu banho de sol matinal.
Rápidos fáceis, uma ponte antiga, mais umas curtas gargantas... uma águia que paira lá em cima, um Bufo Real que se espanta e atravessa o rio a voar. Não nos cansamos de apreciar a variedade de vegetação e de tons de verde que nos emolduram.
Ao início da tarde encontramos um caminho e um homem - uma das primeiras pessoas que vimos desde o início. Ficamos a saber que ainda estamos distantes da foz do Rio Maçãs, o objectivo do dia e que adiante ainda nos espera mais uma garganta que "tem umas pedras enormes a tapar o rio"... (onde é que já vimos isto) e que há uns tempos tinham passado 2 ou 3 canoístas para baixo e tiveram de voltar para cima a pé e deixaram os kayaks e tal e tal...
Obrigado e descemos um pouco para uma paragem para uma espécie de almoço já com a tal garaganta à vista. Realmente estava bloqueada com algumas enormes pedras e obrigou a uma nova portagem, um passeio no campo comparado com as que tínhamos feito no dia anterior...
Mais um pouco de navegação em rápidos relativamente fáceis neste vale encaixado e verde. Mais uns blocos e troncos a bloquar o rio. Levamos os kayaks pela água e por cima das pedras com uma "trela" a partir da margem para não lhes voltar a sentir o peso, uma técnica que já tínhamos usado noutras ocasiões sempre que haviam sifões e a portagem não nos obrigava a afastar muito do rio.
A garganta começa a abrir e as margens a ficar novamente verdes. Um par de km em rápidos e acelerações mais abaixo chegamos finalmente à confluência com o Rio Maçãs. Com este novo Sabor, começam a surgir algumas ondas e rolos, o rio torna-se muito mais largo, o dobro talvez.
Agora num vale completamente aberto e cheio de luz, remamos alegremente a furar os rolos, a apreciar a sempre presente beleza das margens.
Optamos por parar relativamente cedo numa grande praia de rocha e areia e aproveitar para secar todo o material que estava a ficar demasiado humido. Refresco, banhoca com gel de banho biodegradável, petisco regado com tinto, montagem do toldo "hotel", lenha, fogueira, cozinhar.
O ritual com o qual já vamos estando sintonizados, uma parte fundamental nesta vida de nómada do rio e que marca a diferença entre uma descida de rio e uma viagem...
- Dragon99 escreveu:
- Espectacular..... é o mínimo que me ocorre dizer
Parabéns aos expedicionistas e continuem a relatar essa aventura que nós agradecemos